quinta-feira, 30 de julho de 2009

Nota da Ocupação Raízes da Praia N.1

Em junho de 2005, centenas de famílias ocuparam um terreno abandonado no Morro Santa Terezinha, uma das áreas de maior déficit habitacional em Fortaleza. Trata-se de um exemplo escandaloso de propriedade que não cumpre função social, como manda a Constituição Federal. Mesmo assim o Judiciário ordenou o despejo, executado por mais de 900 policiais. Antes do despejo, os ocupantes foram atacados duas vezes por homens armados e encapuzados em plena madrugada. Uma pessoa foi morta.

Vários dos despejados do morro do Caic passaram a se organizar no Conselho Popular do Morro da Vitória (farol novo). Depois de muita luta e pressão, prefeitura e governo estadual assumiram o seguinte compromisso: a primeira desapropriaria um terreno e o segundo construiria as casas. Porém, tal compromisso nunca se efetivou.

Em junho de 2008, o MCP lançou a campanha por moradia com uma marcha até a prefeitura. Na Regional Praia do MCP, além do Morro da Vitória, Serviluz, Caça e Pesca e Lagoa do Coração organizaram núcleos de luta por moradia. Foram organizadas, desde então, três manifestações na prefeitura e uma no governo estadual, de onde saíamos apenas com promessas.

Sempre esbarramos no mesmo obstáculo: o alto preço da terra em nossa região em virtude da especulação imobiliária. Para os governos e para os ricos, a solução é nos tirar do lugar onde temos nossas raízes, famílias, nosso trabalho, lazer, nossos amigos... NÃO ACEITAMOS. JAMAIS ACEITAREMOS!

Os programas habitacionais oficiais, em regra, consistem em dar dinheiro para construtoras fazerem conjuntos habitacionais de péssima qualidade em terras consideradas de baixo valor. O tão propagandeado “minha casa minha vida” não foge à regra. Além disso, ilude o povo ao insinuar que as pessoas realizarão seu sonho, enquanto na verdade menos de 15.000 ( se a meta for cumprida) das mais de 150.000 famílias fortalezenses que compõem o triste déficit habitacional serão beneficiadas. Por isso entendemos que para conquistar nossa terra e construir nossas casas não adianta esperar pelo governo, devemos partir para luta.

Ocupamos, no dia 03 de julho, um terreno baldio (abandonado há mais de vinte e cinco anos), na Praia do Futuro que não cumpria função social e sobre o qual ninguém exercia posse. As oitenta famílias que participam da ocupação estão organizadas no MCP há pelo menos um ano, muitas há quatro anos.

Estamos organizados e prontos para o que der e vier. Largamos o aluguel, saímos da casa dos nossos parentes, abandonamos as áreas de risco, e agora somos a comunidade “Raízes da Praia”. Contamos com apoio da sociedade fortalezense para que nosso sonho não vire tragédia.
Fortaleza, 03 de junho de 2009

Em junho de 2005, centenas de famílias ocuparam um terreno abandonado no Morro Santa Terezinha, uma das áreas de maior déficit habitacional em Fortaleza. Trata-se de um exemplo escandaloso de propriedade que não cumpre função social, como manda a Constituição Federal. Mesmo assim o Judiciário ordenou o despejo, executado por mais de 900 policiais. Antes do despejo, os ocupantes foram atacados duas vezes por homens armados e encapuzados em plena madrugada. Uma pessoa foi morta.

Vários dos despejados do morro do Caic passaram a se organizar no Conselho Popular do Morro da Vitória (farol novo). Depois de muita luta e pressão, prefeitura e governo estadual assumiram o seguinte compromisso: a primeira desapropriaria um terreno e o segundo construiria as casas. Porém, tal compromisso nunca se efetivou.

Em junho de 2008, o MCP lançou a campanha por moradia com uma marcha até a prefeitura. Na Regional Praia do MCP, além do Morro da Vitória, Serviluz, Caça e Pesca e Lagoa do Coração organizaram núcleos de luta por moradia. Foram organizadas, desde então, três manifestações na prefeitura e uma no governo estadual, de onde saíamos apenas com promessas.

Sempre esbarramos no mesmo obstáculo: o alto preço da terra em nossa região em virtude da especulação imobiliária. Para os governos e para os ricos, a solução é nos tirar do lugar onde temos nossas raízes, famílias, nosso trabalho, lazer, nossos amigos... NÃO ACEITAMOS. JAMAIS ACEITAREMOS!

Os programas habitacionais oficiais, em regra, consistem em dar dinheiro para construtoras fazerem conjuntos habitacionais de péssima qualidade em terras consideradas de baixo valor. O tão propagandeado “minha casa minha vida” não foge à regra. Além disso, ilude o povo ao insinuar que as pessoas realizarão seu sonho, enquanto na verdade menos de 15.000 ( se a meta for cumprida) das mais de 150.000 famílias fortalezenses que compõem o triste déficit habitacional serão beneficiadas. Por isso entendemos que para conquistar nossa terra e construir nossas casas não adianta esperar pelo governo, devemos partir para luta.

Ocupamos, no dia 03 de julho, um terreno baldio (abandonado há mais de vinte e cinco anos), na Praia do Futuro que não cumpria função social e sobre o qual ninguém exercia posse. As oitenta famílias que participam da ocupação estão organizadas no MCP há pelo menos um ano, muitas há quatro anos.

Estamos organizados e prontos para o que der e vier. Largamos o aluguel, saímos da casa dos nossos parentes, abandonamos as áreas de risco, e agora somos a comunidade “Raízes da Praia”. Contamos com apoio da sociedade fortalezense para que nosso sonho não vire tragédia.

Fortaleza, 03 de junho de 2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário